A pensar, sobretudo, em quem quer começar a explorar a
cozinha vegetariana e não sabe muito bem como, hoje vou falar-vos de alguns
alimentos que encontrarão muitas vezes nos chamados “pratos principais”, mas
não só: a soja, o tofu, o tempeh e o glúten, também conhecido como seitan.
SOJA
A soja texturizada existe na forma de soja fina (parecida com carne picada, depois de hidratada), soja grossa e bifes de soja. É essencial que seja hidratada, qualquer que seja a sua forma. Se tiverem pressa, podem colocá-la
em água quente, entre 10 a 15 minutos. No caso da soja fina, mesmo em água
fria, hidrata rapidamente. Seja qual for o tipo de soja texturizada que estão a
utilizar, é fundamental que seja bem espremida.
Sem este passo, será como uma esponja, com muito pouco ou mesmo sem qualquer
sabor e ainda menos interesse.
Dica: No caso da soja fina, para evitar desperdícios, utilizo
um coador de rede fina ou uma peneira. Coloco lá a soja hidratada e, com uma
colher de servir, espremo-a contra a rede do coador ou da peneira, consoante o
que estiver a utilizar. As perdas são mínimas.
Depois de hidratarem e espremerem a soja, podem utilizá-la
como utilizariam carne.
TOFU
O tofu é um derivado da soja. Depois de coalhar leite de
soja, a pasta resultante é prensada, dando origem aos blocos de tofu. Pode ter
várias texturas, desde mais mole a mais duro. O tofu mais mole pode ser utilizado
em molhos, sobremesas, batidos… O tofu mais duro é utilizado, sobretudo, para
cozer, assar, grelhar, saltear… O limite das utilizações do tofu é, desculpem-me
o lugar-comum, a imaginação!
O tofu pode ser comprado avulso, embalado e, até,
desidratado.
Quando embalado, pode ser refrigerado ou conservado em
recipientes à temperatura ambiente.
Seja comprado avulso ou embalado, o tofu deve ser passado por
água limpa e, no caso de não ser imediatamente consumido, colocado num
recipiente com água suficiente para o cobrir, no frigorífico. Para conservá-lo
durante, mais ou menos, uma semana, devem trocar a água todos os dias.
No caso de ser desidratado, deve ser hidratado, seguindo as
instruções da embalagem.
Já tentei fazer o meu próprio tofu algumas vezes, mas ainda não
fiquei contente com o resultado. Felizmente, é já bastante fácil encontrar
tofu, apesar de, em Portugal, ainda ser um pouco dispendioso.
Na Ásia, o tofu é muito barato e é possível encontrá-lo em quase
todos os mercados. Se andarem por estes lados, algumas sugestões: comprem o
tofu mais branquinho que encontrarem e que esteja conservado na água mais
transparente. Não o comprem se a água estiver turva e o tofu tiver uma espécie
de nata à volta. O tufu também não deve ter um cheiro muito activo, por isso,
se quando abrirem o “balde” de tofu o cheiro for forte e desagradável,
esqueçam! Tofu velho, é muito mau!
Sempre que comprarem tofu no mercado, avulso, fervam-no, cerca
de 15 minutos, imerso em água ou a vapor. No caso de o tofu ter uma consistência
mais mole, pode desfazer-se se o ferverem imerso em água.
TEMPEH
O tempeh é outro derivado da soja. Os feijões de soja, depois
de descascados, são demolhados e cozidos. Depois de arrefecidos são inoculados
com um bolor. Depois de conservados durante, pelo menos, 24 horas num ambiente
quente, temos blocos de tempeh.
O tempeh pode ser assado, estufado, frito…
Depois de me informar sobre como fazer tempeh com uma
professora de culinária, fiz uma pesquisa, há uns meses, e descobri que também
podemos fazer tempeh de amendoim e, até, introduzir outros ingredientes no
tempeh tradicional, mas devido à dificuldade que tenho tido em encontrar o
bolor à venda, ainda não experimentei. Talvez no futuro. J
Em Portugal, o tempeh é caro. Na Ásia, é muito barato e fácil
de encontrar em qualquer mercado. Comprem o que tiver um aspecto mais
branquinho.
Glúten
O glúten, explicando isto de forma muito simples, é a cola da
farinha. J É possível encontrar nacos de glúten no supermercado, em vácuo
e em recipientes herméticos. Também é possível amassar farinha de trigo e lavá-la,
para conseguir isolar o glúten, mas nunca tive necessidade de o fazer. Eu compro
farinha de glúten e faço o meu próprio glúten, o que me permite acrescentar
sabores e conseguir uma massa mais fofinha.
O glúten pode ser assado, estufado, grelhado…
O segredo destes alimentos é, sempre!, serem bem temperados! Experimentem,
com mais ou menos ousadia, misturá-los com os sabores de que mais gostam!
Para os mais inseguros, as receitas vêm a seguir! J
talvez seja desta que "arrisco" :)
ResponderEliminarparabéns pelo blog!
Coragem! :)
ResponderEliminarObrigada!